Eu sucumbi nas masmorras dos meus pensamentos, por pensar que tudo havia sido em vão. Pensei que não haveria mais solução e, muito menos, que mereceria perdão por assumir as consequências de te amar. É que eu sempre vinha tentando caminhar na corda bamba do amor, tentando me manter firme sem vacilar ou aparentar desamor, mas fui vencida pela insanidade dos seus atos.
Você me conquistou com um jeito doce e envolvente, mal sabia eu que se tornaria crente de submissões infundadas. Busquei te guardar aqui dentro, num sinal de maestria, mal sabia eu que isso tudo era pura ironia, do destino falho de convicções exacerbadas de desejo. Navegando na contra corrente do Mar Morto de desilusões, percebi que vida era tudo o que ele mais tinha.
Buscando andar numa linha reta, sem tropeços, inventei de carregar comigo adereços que pudessem te trazer pra perto de mim. Ah, desventura do meu coração, que não soube aceitar essa sofreguidão, que quis gritar que seria pra sempre seu. No meu peito batia uma bomba relógio de ansiedade, que queria levar pra posteridade suas mil e umas fantasias de amor. E no meu mais eloquente ato sofredor, apareci nua na porta de teu apartamento.
Juro que não queria que tudo aqui fosse um tormento, um devaneio de minhas emoções fracassadas. Mas, ao ser tocada por tua pele quente e macia, percebi que sempre houve soberania, dos nossos corpos clamando um pelo outro. E, na alegria de um beijo sincero e ardente, percebi que não fui assim, tão inconsequente, por te amar de forma doentia. É que na devassidão da boemia, nossos sorrisos sempre se cruzaram, olhares sempre compenetrados em procurar esse Mar Vivo de sentimentos feridos.
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