sábado, 18 de março de 2017

CHUVA

Minha cama, barulho de chuva, cheiro de terra molhada, e tudo que posso fazer é me aconchegar no frio das emoções, e lembrar de como o calor do seu amor me aquecia.
Você fez questão de ir embora, e sem nenhuma rogativa, nem se permitiu olhar pra traz, sussurrar por um último beijo, me deixou sem a marca do teu sorriso.
Me perdi, não sei se quero me achar, afinal de contas, a solidão caminha lado a lado com a dor da tua ausência. Uma dor intermitente, sofrida e vazia.
As lembranças, abraçam a fumaça de meu café, e me inebriam com o aroma do seu cheiro, que fica aqui, como o perfume único das suas palavras de amor.
Eu me reconstituí nas minhas lágrimas mais viscerais, pra cantar o som do gotejar da água sobre a terra, lágrimas que penetram no meu solo de recordações e fazem germinar nossa semente de amor.
E no meu devaneio mais atordoador, adormeço aconchegada a mim mesma, falida de esperanças, implorando pra sonhar com um beijo teu... que seja meu arco íris de amor 🌈

quarta-feira, 15 de março de 2017

FICAR

Um dia, é preciso dizer adeus a convicções falhadas, é preciso deixar ir as palavras que ficaram sem respostas e que não retornam com o sussurro dos ventos. É preciso aceitar que ideais mudam, e que você muda com seus ideais, porque mudar é ser... é ser terra fértil, se limpando da poluição a que fomos submetidos por toda uma vida.

Os olhos escondidos por trás das máscaras amigáveis, te enxergarão como um estranho na multidão, e não mais como o pássaro que somente se permitia ser alimentado no ninho, porque agora, você vai em busca das tuas próprias respostas, alimentando-se da seiva da verdade, e não das histórias que gostariam que você soubesse.

Muitos disseram-lhe que a vida era feito rosa, mas poucos permitiram que você se deparasse com os espinhos que sobressaem do caule sorridente da flor. Porque podar fatos é mais tênue, que justificar os erros dos homens... e como os homens erram. E você percebe que reconhecer, o quanto um espinho fere é  a maior das dores.

No marasmo da desintoxicação de ti mesmo, fazes perceber que, na verdade, a ida é sem volta, e a dor dela é maior do que qualquer outra. Porque os teus instintos te pressionam a ficar, a podar os espinhos e a continuar sorrindo pros velhos retratos nas paredes sucateadas pelo desespero. Força, não há nessas horas.

Mas, na cunha que se forma no teu colo pensante de dor, que sofre com a partida, as idas e as vindas, também, percebes que na verdade não querias se desligar de nada, e apenas ficar ali, porque quando mudas de direção, não te desprendes apenas de sentimentos, ideias... te desprendes de pessoas, que são tão importantes, cuja função é apenas... FICAR!

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segunda-feira, 6 de março de 2017

Vale das Sombras

Enclausurada nas armadilhas das minhas próprias emoções, não sei como sair daqui de dentro. Grito por socorro, tento achar uma saída, mas parece que ninguém lá fora me encara de verdade e sequer me olha nos olhos.

Será que ninguém percebe que estou afundando no meu próprio "vale das sombras", e que esse túnel, esse imenso túnel, parece nunca ter fim? INCOMPREENSÃO! Todos eles são cheio de si e vangloriam das belas poesias de amor em que transformaram suas vidas, ou é apenas medo de admitir que também estão perdidos?

Sigo firme, sem deixar que as lágrimas percorram minha face, e num sublime gesto de tentar me manter de pé... apenas sorrio! Meu medo, meu maior medo, é que essa máscara caia, e eles percebam meu semblante triste e dolorido, onde as cortinas se fecham e o show acaba sem aplausos. O que seria de mim se isso acontecesse?

Talvez, essa não seja a minha, a sua, ou a história de ninguém que esteja tão próximo, mas em algum lugar, em algum quarto escuro, existe alguém vagando pelo seu próprio vale do medo, sombrio e atordoador. E a gente? Ah, a gente está aqui fora, e sequer faz o mínimo de esforço pra resgatar essas almas vagantes do purgatório.

Recolho minhas palavras cruéis e amargas, apenas faço questão de deixar-lhes alguns questionamentos: Vocês já se perguntaram quanto significa um sorriso, um olhar de compreensão? Já buscaram saber o valor de um abraço? O mundo é imediatista demais, e as vezes, pra não sucumbir... a gente só precisa de carinho!

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Redenção

Trancafiada dentro de mim, insisto em procurar incessantemente onde errei, o que deixei por fazer ou o que não foi bom o suficiente? Tento lançar sobre mim mesma o julgamento atordoador da culpa, sem direito de defesa, nem de recorrer da minha auto-sentença.

A solidão é minha maior aliada, agora, porque só ela entende esse martírio da dor, da insuportável dor que é perder você. Sim, perder! Porque você continua indo embora, dias após dia, uma lembrança, um momento, um beijo por vez. E, tento me redimir, buscando teu abraço fraterno, teu carinho amigável... teu sorriso encantador. Mas, dentro das minhas tentativas de reconciliação comigo mesma, vacilo, porque sou anjo caído, pecador do amor.

Imaginei mil formas de não te deixar partir, de não cortar nosso "cordão umbilical", mas tudo que me conecta a você é, sempre foi... em vão. Porque no final das contas, quem não compreende as coisas por aqui é você. Então, permito-te que vás embora, só assim acalento minha alma, e mesmo querendo gritar que sempre serei tua, de alguma forma, por algum momento de entrega eloquente... reafirmo meu amor próprio.

Refaço meus planos, reencaixo minhas prioridades, reorganizo minhas emoções; isso me traz a vitalidade de volta, porque você fez questão de deixar tudo meio bagunçado aqui dentro. Redentora de mim, me compreendo apaixonada, mas não me permito mais o desmerecimento, pois em fim percebo que sou dona das minhas próprias entrelinhas.

                        Resultado de imagem para dona de mim

domingo, 5 de março de 2017

Mulher!

Ela sorria com a alma...
Brindava as coisas raras...
Dançava o balanço das ondas do mar!

Ela era gratidão...
Um aceno na multidão...
A serenidade da devassidão!

Ela era início, meio e fim...
Tinha a tranquilidade de um Querubim...
Transbordava o amor dos Serafins...
Era anjo em corpo de mulher!

Ela sofreu calada...
Viveu amargurada...
Engoliu a dor, que sempre esteve entalada!

Ela foi semente...
Transformou-se na flor que desabrochou...
Virou símbolo de luta valente, com delicadeza e amor!

Ela era mulher em todos os seus contextos...
Nas lutas, nos desafios...
Enfrentava os desrespeitos!

Ela Frida Khalo...
Ela Olga Prestes...
Ela Anita Garibaldi...

Ela que descobriu ser desbravadora do mundo...
Ela que buscava quietude... mas, era ventania...
Ela MULHER de fases, que enfrenta o mundo com sabedoria e maestria.

Nós, mulheres... da geração, sofreguidão e luta!

sexta-feira, 3 de março de 2017

Luz de Velas!

Nossas ações são reflexos de nossa alma...
As vezes vagando pelo vale das sombras, as vezes brindando luz de fogos de artifício...
Não medimos as consequências do "Ser ou Não Ser"...
Vacilar e deixar os erros acontecerem, as vezes soa mais fácil, porque enfrentar os dilemas da justiça as vezes tange para a devassidão dos nosso moralismo...
Somos carne e osso...
Razão e sentimento...
Confusão e equilíbrio...
E esse malabarismo da vida, nos dirige a erros que as vezes tangem na devassidão dos nossos moralismos...
Palavras ditas podem ferir mais que punhais contra a carne, porque são carregadas de verdades não ditas...
E enquanto a vela queima e sua parafina a se esvai, o amargor dos nossos infortúnios erros... pousa sobre a serenidade das nossas vicissitudes!
Erro e acerto...
Certeza e Dúvida...
Pecado e Confissão...
Que possamos passar as borrachas azuis sobre nossas canetas, pra apenas aliviarmos nossas marcas, mas jamais esquecermos de nossos erros. Porque estes, estes devem ser reparados com o arrependimento sincero e a mão que se estende!