segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Almas Vibrantes

Por muito tempo guardei as dores aqui dentro, não que nunca houvesse alguém por perto pra me ofertar acalento, mas porque calar dores sempre foi mais fácil do que se explicar e dividir com alguém. E de repente, o Universo que acha aquilo martirizador, nos completa com uma dose de amor, de almas que compreendem as nossas.

Você insiste em resistir, simplesmente porque acha que o dividir, traz a outrém doses pesadas de palavras em descarrego. Não compreende a imensidão do falar, porque nunca enxerga aquilo como um "aliviar", se vê sempre como um poço fundo, onde as amarguras devem permanecer a metros de distância, e quanto mais afundadas... melhor.

Na complexidade do enxergar o próximo, a outra alma vibrante e vigorosa, consegue te decifrar num olhar, e sem nem precisar falar, oferta abraços que acolhem sua dor. E, toda aquela grandeza de guardar o desamor, que se refletia um noites triste de lágrimas impunes do sofrimento, recebem o bálsamo do acalento, de palavras vivas de cordialidade.

Ah, Universo, quanta amabilidade, em trazer pra nós espíritos envoltos de luz e carinho. Porque nós, que sempre vagamos amontoados de desamor e indignados com a insensibilidade mundana, somos preenchidos por esses sorrisos que revigoram as benevolências de nossas almas. 

domingo, 19 de novembro de 2017

Vida de Valor

Agora, me vejo aqui, deita sobre meia dúzia de travesseiros, com meia dúzia de olheiras e uma dor que tá sangrando no fundo da alma. É inexplicável o que está se passando aqui dentro, impotência é a palavra que melhor me define, sem tirar nem por, porque meu corpo grande, intimidador, agora está contraído sobre os lençóis... dilacerado num choro profundo.
Você que esteve por um fio, se reergueu e nos encheu de esperança. Apontou seu sorriso pra vida, com ar de vitoriosa, e não foi o suficiente. A maestria da morte, de uma forma quase que inconsequente, burlou nossas reinvindicações, e tirou de nós suas soluções inundadas de amor e bondade.
O mais duro, de lhe dar com toda essa realidade, é acreditar que você não mais estará por aqui, nem mesmo "por um fio". E, a partir de agora, restará nos nossos corações um pequeno vazio, da saudade de sua partida. Só pedimos, como que uma súplica, incessantemente repetida, que nem ouse parar de brilhar aí por cima, porque estaremos preenchidos com o teu amor, mesmo que à distância.
E como quem reza, num pranto de desespero, confessei às ondas do mar todo meu apego,  por uma amiga que agora mora longe de mim, mas não longe do meu coração. Além de chorar toda a minha sofreguidão, disse ao mar que o mais difícil nisso tudo é que os amigos são aqueles que escolhemos ter por perto, e quando um deles parte por motivos incertos, a única coisa que podemos implorar é que cuidem de nós com amor no olhar.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Garotinha da Floresta

A floresta escura revelava seus piores pesadelos, era fria... amedrontadora. A pequena criança andava só, sem rumo, entristecida pelo abandono daqueles que a puseram no mundo, algumas pessoal era realmente cruéis, acima de qualquer limite. Vagava meio à mata escura, sem destino, procurando por qualquer figura que se assemelhasse aqueles que a largaram ali, solitária.
No meio de uma noite chuvosa e gelada, uma distinta mulher ouvi seus gritos agudos de medo, o lampião na mão a guiou até um lago, tomado pela turgidez da chuva, onde num canto repleto de pedras, avistou a pequena criatura de uns quatro anos de idade. Como poderia, alguém daquele pequeno tamanho, estar ali... desamparada? Não mediu esforços, agarrou a garotinha em seu colo, envolvendo - a com sua manta, e seguiu rumo à casa no meio da floresta.
O passar da noite, apesar de tumultuado... seguiu tranquilo, aninhada a cobertas quentes, a pequena criança se sentia aconchegada, cuidada e amada. Na manhã seguinte, a pequena menina acordou com grandes olhos azuis a observando, como que se buscassem saber se "estava tudo bem". Soltou um leve sorriso e disse um "Obrigada, Tia".
A partir daí, a mulher forte e misteriosa da floresta, iniciou sua busca por casais que pudessem ter perdido um filha, uma pequena e delicada menininha de olhos cor de mel. Pensava que brevemente alguém apareceria, e dali levaria o pequeno ser... não aconteceu. E assim, longos meses se passaram, e a afinidade delas cresceu, onde brotou cumplicidade, solidariedade e muito amor.
Anos passaram, e a velha Helga sabia, que a sua eterna garotinha era o melhor presente que a vida tinha lhe dado. E, agradecia por ninguém nunca ter a procurado, na velha cabana da floresta. O amor era vidente nos olhares, o cuidado de quem sabia compartilhar, ser e agradecer, e que jamais seria capaz de dizer, o quanto o resgate da noite chuvosa tinha valido a pena.
E você aí, relutante... buscando viver acanhado e sozinho, num quarto triste e vazio, sem se permitir ser amado. Não tenhas medo e doar seu coração, porque muita das vezes é no nosso momento de solidão, que uma alma bondosa nos regata pra vida e, com um amor sem medidas, faz de vossos corações nossa morada escondida da floresta.

sábado, 11 de novembro de 2017

Amor Maternal

De repente você concebe um filho, mas não naqueles métodos convencionais, eles simplesmente nascem do amor, do respeito, do carinho e da cumplicidade. E como é bom, receber um filho de presente da vida, pra você amar, afagar, cuidar e dar esporro, também. Afinal de contas, maternidade é isso, é ser a calmaria da brisa nos colos dados, mas ser a força das tempestades nos puxões de orelha.
Um dos filhos que a vida me deu, certo momento duvidou, relutou, se tornou inseguro do meu amor, do meu colo e dos meus aconselhamentos. Como é difícil lhe dar com o sofrimento de um filho, ainda mais quando a dor dele é sua, mais ainda quando você percebe que o sentimento dele é pura imaturidade de quem não soube ser emocionalmente cuidado por muito tempo.
No meio das frustrações e dos medos, seu papel de mãe que educa, acolhe e ama, acima de tudo, é dar segurança, é reafirmar o seu amor, disponibilizar seu colo, os abraços e sempre mostrar que o que está sendo sentido agora, será o mesmo sentimento de amanhã. E, se restarem dúvidas? Prove que o conhece, mostre o quanto o entende num olhar, que ele não mente, ou melhor, que ele não consegue mentir pra você, porque os códigos criados pela dor, são desvendados facilmente pelo seu sexto sentido.
Não sei se a vida, algum dia, me fará uma mãe carnal, uma preceptora de um filho a ser trazido, recebido, criado e afagado  por mim, pelo meu colo e meus princípios. Mas, com certeza, os filhos que ganhei da vida, os que amo e cuido, os que zelo e brigo, os que acarinho por terem vindo do fundo de meu coração, darão conta de preencher esse papel da maternidade, tornando realidade o que é esse amor maternal ❤

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Adultização

Hoje sentei com minha xícara de café quente, meia dúzia de reflexões e o peso do mundo batendo sobre os ombros. Crescer não é tarefa fácil, mas amadurecer é fundamental, porque a gente tem outra percepção da vida, agrega conhecimentos e aprende que dividir é necessário.

Talvez nunca digamos tudo o que é essencial, nos fechemos e não saibamos a hora certa de abrir o coração. As vezes a quietude da solidão é a nossa maior aliada, porém a alternativa menos eficaz nesse jogo de ganhar e perder que é a vida.

Muito do que se viveu pode ficar por dizer, podemos soar fortes e imponentes o tempo todo, quando que na verdade um abraço e 5 minutos de cafuné seriam o nosso refúgio dos tormentos nos dias ruins. Podemos até deixar de agradecer por pequenos gestos, porque a correria do sucesso nos cega pras pequenas coisas. E, quantos "eu te amo" ficam trancafiados em nossos corações, porque o medo da não aceitação do nosso amor pelo mundo, pelas pessoas, pelo Universo... fala mais alto.

E, se no meio de todas as amarras que a "adultização" nos proporciona, pudéssemos olharmos uns aos outros e botar pra fora tudo o que fica silenciado dentro do peito. E mais, se pudéssemos nos libertar das correntes e gritar aos amigos o nosso amor, a nossa dor e o quanto eles são primordiais.

No fim, tudo que se tem são pequenas atitudes essenciais, para que nos tornemos adultos mais leves, sorridentes e livres. Porque morar num quarto escuro, tendo que lhe dar com o sofrimento e a "mesmice"... é o pior pesadelo de uma criança adulta que vive nesse mundo de cão! 

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Pequenininha

Tem gente que é gigante, na alma, nos gestos... nos abraços. E não precisa ser grande no físico, porque a magnitude da essência baste, simplesmente por ser como é, rica de generosidade. E, quando se pensa no menor sinal de imaturidade, a preciosidade dos sorrisos estranhos, dos pensamentos leves e de olhares compenetrados, mostram que há num pequeno corpo a sabedoria de um adulto de pouca idade.

Como se não bastasse tamanha sabedoria, sua sensibilidade é sol nos dias de escuridão, porque deixa brotar do coração a maestria de palavras reconfortantes, de correntes de gentileza vibrantes e a doação de mãos estendidas a todo instante. Ah, pequena criança dos olhos de jabuticaba, o mundo apesar de ser a sua morada, deveria morar em seu coração. Porque com tamanha resiliência neste coração, ele seria a casa perfeita para humanos vagantes de carinhos.

Voe como os pássaros e faça do seu quintal um mundo, ou melhor, faça do mundo o seu quintal, para que com suas pequenas mãos possas semear com docilidade as bondades da vida e as generosidade de sua alma brilhante. Não exite, nem por um instante, te convencerem de deixares de ser como é, porque sua grandeza não é como São Tomé, não precisa ser vista... basta sentir.

Tranquilizo meu coração por saber, que quem nesse mundo merecer... terá o seu amor como escudo pros dias ruins. E que, tudo que tu plantas é na verdade um precioso jardim, um jardim de fábulas e canções de vida. Encorajo - te a permanecer destemida, para cantarolar os prazeres de ser um ser que é... Pura Luz.

Por um Fio

De repente o telefone toca, a vida curta e grossa diz do outro lado: " O tempo dela está acabando!", do lado de cá o que resta é a minha respiração ofegante, o arfar do meu desespero, meu coração gelado e descompassado... reflexos do medo insano da perda. A gente nunca faz questão de imaginar que o perigo mora ao lado, e que a próxima vítima cruel da morte, pode ser alguém que nós amamos profundamente.

Entrelaço meus dedos nos cabelos, sinal de quem está perdido; meu olhar entristecido, faz meu rosto empalidecer, fico transfigurada. Relutante, custo acreditar que a escolhida, pela crueldade da morte, é você, quanta insensibilidade querer te tirar de nós. O mais difícil é imaginar perder o seu sorriso, a sensibilidade das suas palavras e a benevolência das suas atitudes, não é uma perda minha, é uma perda do mundo, e isso é imperdoável.

Recebo um abraço que refaz o meu vigor, e busco soluções que cheguem plenas até você, quero doar o máximo de minha energia, do meu amor, das minhas gargalhadas vibrantes, com certeza isso reflete os nossos melhores momentos, pura cumplicidade de nossa amizade cheia de defeitos. Olho pro céu como quem implora por socorro, tentando pedir qualquer sinal, um "estou te ouvindo!", quem sabe assim a morte não desiste de contabilizar seus últimos dias, horas ou minutos, o "stop" desse cronômetro é o que aliviaria minha ansiedade.

Reflexiva, emaranho-me a mim mesma, num canto escuro do quarto... forço-me a pensar em como te ajudar a passar por isso, e não ser mais uma vítima cruel da morte, mas tem horas que as estratégias faltam, o peito aperta e o choro, o choro é inevitável. Com isso, torno a imaginar que no final das contas, a vida fugaz, que sempre se manteve voraz e nos fez viver sonhos e realizar promessas, mostra que sempre esteve por um fio. E que você deve notar quem sempre está com você, porque de repente pode ser... o último sorriso que você receba desse alguém!

                              Resultado de imagem para por um fio

sábado, 4 de novembro de 2017

Páginas

Tem dia que o mundo tá batendo na nossa porta, com pressa, afoito. Não pede licença, sai entrando e atropelando nossas convicções, nossas fortalezas, as  vezes nos leva a desacreditar em nossa própria fé, perder aquele alicerce espiritual.

O mundo é voraz, e sem meio termo, tem um potencial destruidor de paz, tira o sono, desespera corações. E nem quando nos afundamos em orações, parecemos conseguir carregar o fardo pesado que é viver. E viver sem temer é a mais alucinante viagem, as vezes parece um paraíso sem volta, como se fosse a morte nos tirando do mundo do caos.

Nossos espelhos refletem as amarguras que rolam pelos nossos rostos, lágrimas crucificantes de tensão. Porque parecer fraco, sem razão e direção é muito atormentador. E parece que a vida vai perdendo cada vez mais o sabor, o brilho... O calor.

Mas, como o soluço de um novo prantar a vida entra na sala, nos fulmina com seu olhar e insiste lembrar... que sempre existirá uma nova página, um recomeço, uma infinidade de linhas a serem preenchidas pelas vírgulas da continuidade e não com a solidão de pontos finais.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Generosidade

Quem dera todas as pessoas do mundo carregassem bondade e amor no olhar, que soubessem o valor de um olhar e a paz que abraços podem provocar. A bondade dos homens está se esvaindo, nadando numa maré de indiferença e solidão, não anda mais tocando o coração.
Se todos eles soubessem, que a maestria do homem é a generosidade, se preocupariam muito mais em doar solidariedade, do que proferir palavras de ódio e rancor. E plantariam essa semente imensurável que é amor.
Calçados de humildade, benevolência e sutileza, somos luz. E gente assim, é o que reluz, nas profundezas de almas perdidas e vagantes no medo, que com sua docilidade e paciência, fazem soar música de contentamento e não mais de sofreguidão.
E nos sonhos mais felizes e aconchegantes, capazes de aquecer e engrandecer o coração, a humanidade se dissipará da solidão de  mentes vazias e insanas. Então, seremos dotados dessa maestria de doar e ser companhia dos corações que uma vez foram feridos pela falta de generosidade da humanidade!