É que talvez você só esteja contando as horas, terminando processos, iniciando projetos, sem nem saber ao certo o que está fazendo, é que anda tudo meio "sei lá", meio sem sentido. A vida, ultimamente, tem andado de mãos dadas com o tempo, e às vezes está tudo passando rápido demais, sem deixar uma pausa pra respirar ou apreciar a paisagem.
De um jeito sincero e até rude, um dia, Shakespeare disse: "Não importa em quantos pedaços o seu coração foi partido, o mundo não para pra você o conserte!", o pior de tudo é dar à essa frase total razão, o mundo pode ser deveras cruel e a vida, meu amigo, a vida é colaboradora fiel do mundo.
Com isso, você vai se arrastando, se lamentando, se entristecendo, parece que carrega o mundo sobre os ombros, e tudo continua fora do eixo, do avesso, ou quem sabe de cabeça para baixo, como se viver fosse um morcegar dolorido e contundente. As pessoas não fazem questão de se olhar, de se entregar, de se entender; é como se conjugassem a vida na primeira pessoa no singular: eu vivo! E não fizessem questão de entender que não se trata disso, aqui não há espaço para diferenças, porque "nós vivemos".
De forma proposital ou oportuna, como quem pensa em aliviar dores, a vida vai nos trazendo conexões, extensões de nossa alma, vai permitindo um deliciar, um renovar de páginas. É como se permitisse que dia após dia, escrevêssemos mais uma página, de mais um livro da enciclopédia do viver, do ser e do estar; quem sabe, um dia após o outro não seja a válvula de escape mais sábia para os problemas, só por hoje!
E no meio de dores, desamores e frustrações, dar valor a si mesmo, cultivar o amor próprio e ter a delicadeza de enxergar a vida com uma pontinha de fé, amor e sensibilidade, acaba por ser a melhor forma de continuar vivendo nesse mundo de cão. É que desse jeito a gente abre mais espaço pro amor, pra compreensão e acaba encontrando ombros para apoiar e nos apoiar, dando asas à vida, permitindo que as conexões sejam estabelecidas e dando brecha para que a cor da sua alma transpareça e seja compreendida... porque no fim das contas, meu amigo, a gente nunca está sozinho no barco da vida!