terça-feira, 31 de outubro de 2017

A Droga do Sofrimento

Eu tentei me esconder dentro do meu próprio corpo, das minhas vontades, das milhares de coisas que fazia e faço por dia. Me esconder para que ninguém pudesse me achar, me desdobrar, desbravar o poço de tristeza que está aqui as vezes.

Meus sorrisos, minha sintonia, meu jeito leve de ver e de enfrentar a vida. Eles são meu maior alicerce, principalmente nos dias pesados de dor, angústia e sofrimento. Mas, calar as dores, mascarar as tristezas... nem sempre é tarefa fácil. De repente, quando menos se espera, você é encontrado emaranhado dentro de si, confuso, sozinho... amedrontado.

Eu quis calar o mundo, para que ninguém mais sofresse, para que os choros de melancolia que sempre são carregados de nostalgia, pudessem ser substituídos magicamente por sorrisos sinceros e destemidos. Porque tantos outros como eu, se afligem da ausência de um amor que parte e deixa marcas profundas, quase que inertes às cicatrizações.

Quem dera, por pequenos descuidos, todos que amo pudessem ser insensibilizados à droga dos sofrimentos, como dizia Pedro Bandeira, a droga do amor é real, latente e vicia. E junto com ela, como que um antídoto, o sofrimento vem. E eu, eu realmente queria que só o amor chegasse e ficasse, pena não ser possível.

Desato o nó de minha gravata de frustrações e medos, como quem abre o peito pra gritar ao mundo o tormento do sofrer. Deixo minhas lágrimas tocarem à face com delicadeza, elas suavizam a dor do amor. E num piscar de olhos, recebo um afago carinhoso e consolador, de almas que me compreendem, que também sofrem e que, por ironia do destino, também desejam não ver ninguém sofrer.

Rua

Lá fora uma multidão avassaladora de carros, correria, impaciência...

Aqui dentro um misto de tristeza e recolhimento, reflexos da sua ausência...

Você foi embora, sem a menor rogativa, fechou as portas do coração sem olhar para trás...

Eu fiquei perdida, como quem vaga no cais das emoções infortunas...

O cotidiano não anda facilitando as coisas pra mim, esse vai e vem de pessoas, traz e leva emoções...

É no meio desses turbilhões de sentimentos, que me amedronto, te busco..  Não te encontro!

A dor continua aqui, insana... latente!

Você foi meu amor mais impaciente, a volúpia das minhas devassidões, meu Porto nos momentos de fraqueza!

Saio de minha reclusão, como quem bucal resposta... É atormentador!

Nenhum barulho me incomoda mais do que o silêncio da sua partida!

Tento soar destemida... vacilo, sou peça lapidada de amor e sofrimento!

E no auge de todo o meu tormento, te vejo passar numa esquina qualquer, sorridente, livre e com aquele velho boné!

As emoções explodem em meu peito, a ferida sangra ardente.

Recolho meus anseios de mulher sorridente, e torno a perceber que meu amante mais valioso tomou rumou o rumo desastroso contra a minha direção!

domingo, 29 de outubro de 2017

Noite estrelada

Você andou vestido das tuas melhores armaduras, para que não pudesse deixar teus defeitos nus de decência pairarem sobre nós.

Eu me encantei pelas armadilhas do teu astral, me inebriei com teu cheiro de forma sentimental, acalentei minha ânsia por aventuras de amor com as tuas promessas de eternidade.

Você foi se esvaindo, se deixando levar, afastou seu amor acalentador de mim, de ti... de nós!

Eu tentei trilhar mapas, para que pudesse te reencontrar, mas cadê você? Onde foi? Onde está?

Você insiste em estar aqui nos meus pensamentos, causando toda essa dor e sofrimento, me deixou sozinha no meio da multidão de jovens amantes, NUA.. de ti, do teu corpo, do teu amor.

Eu cantei versos de poesias infundadas, para que você não pensasse mais em ir, busquei todos os motivos para que pudesse te ver sorrir, acalentei teu prantos com suaves beijos de amor.

Você afundou na imensidão do teu mar vazio de sentimentos, transformou toda a boemia do nosso caso de amor em ressentimentos... abandonou meu coração triste e solitário.

Eu sucumbi, aquietei-me dentro do meu próprio corpo, não mais sorri pra qualquer outro moço... Ali faltava sua presença marcante.

Eu, permaneço aqui, espreitando as frestas do meu coração, que se mantém calado na imensa solidão, esperando a volta tua para lhe fazer de moradia.

Mas, uma coisa não posso negar, de ti sempre irei lembrar...

Lembrar do teu sorriso encantador, tua alma doce e leve...

Lembrar dos sons calmantes dos teus suspiros aos meus ouvidos...

Lembrar do teu calor, de tuas serenatas de amor.. que me fizeram mulher numa noite fria e estrelada.

sábado, 28 de outubro de 2017

Nevasca

Viajando pela imensidão do azul do céu, o belo casal de andorinhas de olhos castanhos, pairavam sobre o mar azul do fim de outono. Elas, viajavam incansavelmente à procura de abrigo, onde pudessem se aninhar sem medo, onde o vento frio das noites de inverno não as alcançasse.

De forma surpreendente e atormentadora, o inverno adiantou - se na sua chegada, trazendo consigo uma nevasca devastadora; arrastando as andorinhas para longe uma da outra. Fez questão de mantê-la arredias e sem vida, elas eram muito mais unidas, do que quando estavam amedrontadas e só!

Com a força nobre do amor, carregadas de teimosia e amor ardente em seus pequenos corações; as pequenas e delicadas andorinhas bateram asas enfrentando a nevasca fria e cheia de solidão, lutaram contra a tristeza da separação, buscaram elucidar seus olhares de amor carnal quando estavam juntas.

Pobres e pequenas andorinhas, acuadas,  inseguras e sozinhas, não mais podiam brindar seus sorrisos de amor. E no ímpeto das emoções mal resolvidas, dos sentimentos reprimidos e vazios, esbarraram - se num tronco de árvore quando a nevasca cessara.

Olharam - se com surpresa e admiração, tanta felicidade mal cabia no coração. O soar de seu canto fez - se em melodia de amor. Encorajaram - se ao reafirmar o ardor de sua paixão eloquente e mal resolvida. Resolveram não cessar a história de amor, daquela maneira mal compreendida. Aninharam - se sós em um botão de flor, para que o frio do inverno não pudesse adentrar vossos corações, para que na sinceridade de seu próprio cântigo encontrassem soluções... Para que se entre olhassem e sentissem seu amor!

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Último abraço

Gosto de entender as pessoas num abraço, acho que é a forma mais sutil e completa de enxergar o outro. Porque quando a gente se permite o abraço, o toque nos conecta à energia de outrém, e nada melhor do que energia pra entender um coração apertado, um sorriso dilacerado, um amor mal compreendido.

Certa vez ouvi de um sábio que o abraço era como o mundo. Porque aconchegava, dava carinho sem palavras, entendia mais que um olhar. Mas, que muita gente tem medo de abraçar de mostrar carinho, para não soar como frágil.

Acho pura tolice!

Sabe por que? A gente nem sabe se vai estar aqui amanhã, quem sabe está perdendo a oportunidade de dizer um "eu te amo" com toda a intensidade que só um abraço nos dá o privilégio de poder dizer? E, mais, só o abraço é capaz de quantificar e validar a intensidade, a imensidão do nosso amor e preocupação.

Mas, meu amor, se você deixou de dar aquele "último abraço", porque o destino não quis, não se preocupe. O seu amor, o calor da sua bondade e complexidade da sua generosidade, com certeza chegaram até o coração da alma cheia de luz à qual o seu abraço pertencia.

Porque as conexões que a gente faz aqui nessa terra, meu amor, são sempre pra nos trazer algo. E aqueles que se conectam conosco, são agraciados com a nossa sabedoria, também.
E apesar de você não ter dado esse último abraço, a sua mensagem de amor e sabedoria se estende plenamente à essa pessoa!

Coletividade

Tempos modernos que mais está pra fracasso do século, do que rico em modernidade e versatilidade. Porque o princípio revolucionário do moderno está sucumbido dentro da individualidade retrógrada de todos nós, que não fazemos o mínimo esforço pra disseminar solidariedade, sororidade ou resiliência. E, insistimos incessantemente em nos amontoarmos dentro de nós mesmos, guardados pela fragilidade dos nossos egos, fonte intocáveis da nossa falta de sensibilidade.

Andamos por aí esbarrando nas próprias pernas, atropelando as vontades alheias, em prol de vitórias que nem sempre são nossas; porque no 'olho por olho, dente por dente' vale tudo, até mesmo passar por cima dos nossos próprios princípios ou convicções. E, doa a quem doer, porque na era do individualismo, quem tem mais "STATUS" é o rei da vez, a nossa vida anda valendo mais "likes" do que respeito e admiração do próximo.

O que muitos não entendem, ou se negam a entender, é que chegamos na era da coletividade, onde estender a mão e ofertar um abraço, vale muito mais do que um título pomposo pendurado num quadro de moldura marfim na parede de um escritório alinhadinho. Porque abraçar e demonstrar afeto é a cura mais potente pros dias difíceis, e que anda mais cara nos últimos tempos, já que nossa auto-suficiência nos impede de compartilhar as coisas simples da vida.

Fazemos questão de usar armaduras contra nossas fraquezas e imperfeições, por medo de que nossas máscaras caiam e amostremos nossas vulnerabilidades, mas e daí? TODOS OS OUTROS, também, são vulneráveis, delicados e andam por aí se sentindo sozinhos, porque assim como nós, guardaram-se dentro de seus egos. Onde a única solução é o amor, o calor de um colo amigo, um sorriso que acolhe e fortalece a alma naqueles dias tempestuosos de fragilidade.

Disputar nosso espaço ao sol não é tarefa fácil, mas se torna muito mais horripilante quando se faz isso sozinho, sem apoio, pisando em ovos para não cruzar o caminho dos donos da verdade. E, mais, há sempre um lugar que é seu, só seu, porque você é dotado de luz, possuidor de dons que ninguém mais possui igual. Por essas e outras, que é chegada a hora de usar mais o coletivo que há dentro de nós, para não mais caminhar sós, porque dividindo, trocando, experimentando, que se percebe o quanto se é incrível, o quanto o outro é essencial, e como nós somos melhores em livres e unidos do que egocêntricos e amedrontados.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Gratidão

Gratidão é quando você saúda o Universo pelas benevolências que traz até sua vida. É um gesto de amor, de agradecimento... de reconhecimento!
Sou grata pela sua vida, pela sua presença na minha vida e, mais, pelas benevolências que você provoca à mim, e à tudo que está ao seu redor.

Talvez você não se dê conta, do quanto é incrível, simplesmente por ser. Porque na sua essência tem a luz inebriante do sol, tem o brilho irrevogável das estrelas, tem o aconchego das noites de lua cheia.

Você é, e por ser já basta. Não precisa se quantificar e  nem mirabolar qualificações, porque ao natural, com sua risada estranha e sem jeito, o seu coração transborda tudo o que você carrega de bom. E como num leve tocar de flautas, faz suavizar as coisas pesadas da vida com palavras carregadas de amor e de ternura.

Voa, sem temor das altitudes da vida. Vai buscar as sementes fartas da felicidade e sabedoria ao longo do azul do céu, e cante com os pássaros o louvor da vida, da sua vida pequena, porém grande em sentimentos e emoções. E quando o mundo bater à sua porta, carregado de tristeza e te fazendo acreditar no NÃO, digas que é cheia de gratidão, e por si só ele entenderá que tu és dona do reconhecimento do Universo!

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Imperfeição

Em terra de perfeições, onde egos se esbarram, narizes se entortam e qualidades se justificam o tempo todo, quem "tem menos" é mais, muito mais.

Porque o bom da vida, é gente que sorri gostoso, alto, com vontade. Gente que não se preocupa com padrões, em seguir regras de etiquetas fadadas ao fracasso.
Pessoas, que são ilimitadas no amor e na vontade de ser e de se fazer felizes.

Muitos sucumbem, se aniquilam, se martirizam por esconder as verdades de suas próprias personalidades, por buscarem a perfeição de bonecos de fantoche, bonecos que vivem sendo moldados à mão.

Ah, se eles soubessem o quanto é bom ser imperfeito, ser leve e dono de suas próprias escolhas. Porque a regra é clara:"SER FELIZ!", e se você se aprisiona para ser aceito, não roga em prol da sua auto - alegria, roga pela linha tênue de moldes impostos pela sociedade.

Quem dera, por pequenos descuidos, os homens se transvestissem de suas roupas confortáveis da felicidade e bailassem os cântigos da verdade, nua, crua e sem máscaras. E mais, quem dera por pequenos devaneios os homens se desse conta que na realidade o melhor papel a ser interpretado nessa peça de teatro, chamada vida, é a IMPERFEIÇÃO.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Coração Fraterno

Na imensidão camas vazias, corações abandonados e sentimentos deteriorados , quem tem uma alma amiga por perto, é dignos de felicidade. Porque nós insistimos em criar inimizades, de nos mantermos como rochas auto - suficientes.

Mas, quando você percebe num semblante não muito eloquente, o olhar amável e acolhedor, também se da conta de que só, nem sempre, se consegue ser vencedor. Aprende, que as almas amigas preenchem a vida, trazendo sorrisos, versatilidade e coisas desmedidas, como amores de irmãos.

No silêncio atormentador da solidão, não se pode vangloriar as conquistas oportunas com brindes de felicidade, porque o gostoso mesmo, é quem sorri com o espírito, o espírito fortificante das amizades. Porque o gostoso, e quem vibra as suas conquistas e ampara seu corpo nas batalhas derradeiras.

Quem dera, por insanidade do destino, os amigos fossem eternos. Os amigos mesmo, aqueles que não se fazem de rogados e nem são discretos, aqueles que gargalham da vida contigo e gargalham com a vida das suas peripécias, sinalizando com sorrisos nos lábios: "Eu avisei!".

Pobres, não são aqueles pouco providos de riquezas materiais. Mas, todos que não se permitem um abraço fraterno, um coração amigo sincero, o colo confortável de todos os momentos. Os felizardos, são todos os outros avantajados, de sorrisos nos olhares, taças de vinho cheias e almas repletas de amor de amigo, amor de amigo - irmão.

sábado, 21 de outubro de 2017

Sobre amigos...

Tem amigo que é feito o sol... vive iluminando a  gente!

Tem amigo que é feito o mar... vive revirando nossas vidas!

Tem amigo que é feito o vento... as vezes brisa leve, as vezes vendaval pra sacudir!

Tem amigo que é feito doce... adoça as amarguras da vida!

Tem amigo que é feito o céu... traz conforto e paz!

Tem amigo que é feito de carinho... nos dá os melhores colos!

Tem amigo que é meio Ogro... mas sabe ser fofo quando convém!

Tem amigo que é intocável... a gente ama tanto que não gosta de dividir com ninguém!

Tem amigo que é... e isso basta!

Tem amigo que é Estrela - guia... nos ajuda dando direção!

E não importa como é, como é feito... O que vale mesmo é o carinho e esse amor grande, guardado aqui dentro do peito. Porque amigo preenche a vida, sem precisar de sentido ou razão. Porque amigo, mesmo, é uma parte nossa fora do coração 👬👫👭

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Água de Amar

A chuva caindo lá fora, regando as plantas a florescer na primavera. E aqui dentro, tudo que tenho é um coração frio, devastado pela solidão do inverno, a solidão da sua ausência.

Como eu queria florescer, frutificar revigorada de luz e amor, mas era o teu sorriso que era a minha chuva, que era quem regava meu coração para transbordar de felicidade.

O destino não sabe a fatalidade, que é a ausência das suas regas de alegria. Eu poderia buscar, sim, um novo amor, mas não sei se nele encontraria sua terra fértil e viva de amar.

Cai sobre mim chuva, me banha com tua rega fria e tocante, pra que eu pense ao menos um instante que são carícias de mão intensas e calorosas sobre o meu corpo.

Cai sobre Ele chuva, para que se recorde da minha rega de sorrisos, para que lembre - se dos meus encantos e feitiços, para que dance junto ao som acalorado das batidas do meu coração. E não permitas, que esse atormentadora solidão fique aqui como um obstáculo entre nós.

Cai sobre o mundo chuva, revigore corações apaixonados, que muitas das vezes são amançados pelas peripécias das partidas. E num desejo sincero de alguém que ama sem medida, peço que preencha o mundo de amor com sua água viva de amar.

domingo, 15 de outubro de 2017

Porta de Saída

A solidão está trancada lá fora, e eu permaneço aqui dentro, inerte, degustando minha xícara de doces desilusões. Remeto-me a lembranças felizes como se fossem bons momentos que pudessem ser revividos, mas guardo-os para mim, porque suas convicções falhadas fizeram com que a partida fosse sua escolha mais certeira.

Desato os botões de minha camisa, tentando abrir meu coração para o mundo. Quem sabe me despindo das velhas armaduras de frustrações, e deixando ir embora todas as recordações cheias de sentimentos, não abra espaços para um novo amor. Apesar, de querer sentir mais uma vez o teu calor, um calor que é só seu, carregado de afeto e carinho.

Mais um gole, de minha bebida quente e reveladora, que faz com que meus pensamentos pairem meio à loucura, meio à devassidão. Mas, tudo o que quero é encontrar uma solução, uma alternativa para acalentar as ausências da tua ida. E, como se não bastasse me sentir largada, fragilizada e ferida, a solidão continua insistindo para entrar.

Encorajo-me a abrir a porta, quem sabe convidando-a a se sentar, e trocando meia dúzia de palavras, não a convença de que é chegada a hora de desistir de mim? De procurar novos inquilinos que a abriguem dentro de seus corações? NÃO! Ela sabe ser audaciosa e perspicaz, faz meio que um serviço de "leva e traz", levando de mim a coragem da despedida e trazendo à tona novas lembranças da nossa história de amor.

E, no meio de um silêncio atormentador, ela sussurra que meu nome ainda vive nos teus pensamentos. Tento me desvencilhar, para minimizar esse sofrimentos, mas falho incessantemente. É que sabe, você foi meu amor mais envolvente, meu céu azul dos dias nublados, e ainda me pego emaranhada aos teus versos de poesia. Peço licença para me embriagar dos momentos vividos, dos sorrisos repletos e da boemia de seu olhar. Mas, tudo que recebo é um dolorido pesar, da tua caminhada rumo à porta de saída.

                                            Resultado de imagem para porta de saída

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Tu

Tu...
Teu nome eu gritei, enquanto nossos corpos arfavam de desejo...
E no toque suave do seu corpo sobre o meu, me fiz tua...
A insanidade dos nossos movimentos calculados, me fazia suar de desejo...
No ímpeto da luxúria de nossa devassidão, cavalguei sobre teu corpo ardente!
Você é assim, um negro gato envolvente...
Dono de promessas... e confissões!
Na calmaria das nossas alucinações, gozamos juntos envolvidos pelo amor!
Sentir teu gosto, teu sabor, liberta minha fantasias mais eloquentes...
E quando de novo, teu corpo o meu acha na escuridão que está presente...
Ouço tua voz penetrante me chamar de sua!
Com os corpos largados, pulsantes de tesão...
Somos amantes e pura sensualidade...
E novamente, com toda unanimidade, arfamos de amor...
Chegando eu ao estupor por te ouvir me chamar de Gostosa!

Envolvente

Eu sucumbi nas masmorras dos meus pensamentos, por pensar que tudo havia sido em vão. Pensei que não haveria mais solução e, muito menos, que mereceria perdão por assumir as consequências de te amar. É que eu sempre vinha tentando caminhar na corda bamba do amor, tentando me manter firme sem vacilar ou aparentar desamor, mas fui vencida pela insanidade dos seus atos.

Você me conquistou com um jeito doce e envolvente, mal sabia eu que se tornaria crente de submissões infundadas. Busquei te guardar aqui dentro, num sinal de maestria, mal sabia eu que isso tudo era pura ironia, do destino falho de convicções exacerbadas de desejo. Navegando na contra corrente do Mar Morto de desilusões, percebi que vida era tudo o que ele mais tinha.

Buscando andar numa linha reta, sem tropeços, inventei de carregar comigo adereços que pudessem te trazer pra perto de mim. Ah, desventura do meu coração, que não soube aceitar essa sofreguidão, que quis gritar que seria pra sempre seu. No meu peito batia uma bomba relógio de ansiedade, que queria levar pra posteridade suas mil e umas fantasias de amor. E no meu mais eloquente ato sofredor, apareci nua na porta de teu apartamento.

Juro que não queria que tudo aqui fosse um tormento, um devaneio de minhas emoções fracassadas. Mas, ao ser tocada por tua pele quente e macia, percebi que sempre houve soberania, dos nossos corpos clamando um pelo outro. E, na alegria de um beijo sincero e ardente, percebi que não fui assim, tão inconsequente, por te amar de forma doentia. É que na devassidão da boemia, nossos sorrisos sempre se cruzaram, olhares sempre compenetrados em procurar esse Mar Vivo de sentimentos feridos.

                                  Imagem relacionada

ELA

Julgam pela roupa que veste...
Julgam pelo sexo que possui...
Julgam pelo sorriso no rosto...

Apitam sua vida, como se fossem eles os donos dela!
Apitam sua feminilidade ou a falta dela, tem que estar sempre nos padrões!
Apitam sua ousadia, em ser o que é e como é!

Eles não suportam vê-la livre, autêntica, vibrante...
Eles querem ditar regras de jogo, como se ela fosse uma peça de tabuleiro...
Eles lhe rasgam a roupa, como se ELA fosse um objeto.

Ela se escondeu, se amedrontou...
Ela se escondeu, se culpou...
Ela se escondeu, se suicidou por uma vergonha atormentadora e um desamor devastador...

Ela, sou eu...
Ela, é você...
Ela, somos nós...

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Passado

Naveguei na profundidade dos teus olhos...
Mergulhei numa contra corrente de desejos e amor...
Garimpei o melhor do teu corpo e de tuas emoções...

Na profundidade do nosso insano desejo, fomos um só...
Tu me fizestes escalar as montanhas da ternura...
Tu me permitistes o ardor do amor...

Vasculhei nos quatro cantos do mundo, a imensidão do teu sorriso...
Lembrei-me do calor das tuas mãos ao percorrer o meu corpo...
Suavizei minha face pesada, quando lembrei do sabor ardente do teu beijo...

Tentei escrever na areia do deserto nossos nomes, para que o vento frio das noites escuras e cheias de solidão se serenasse...
Galguei em busca de novos amantes, de abraços atenuantes que me afagassem a tua partida...
Sucumbi ao lembrar das amarguras da tua ida...

Reiventei - me, mas não pude cantar vitória, neste jogo de amor...
Tentei seguir, mas você não se desarmou...
Aquietei - me ao ler num verso pequeno de um envelope dourado, que meu nome em seu coração estaria pra sempre gravado, que seria sempre tua mais vaidosa conquista de amor ❤

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

O que sei de mim!

Quis me despir dos dias ruins, dos momentos mal vividos, de amores mal compreendidos, da solidão dos pensamentos de dias chuvosos.

Galgar colheitas boas, aprendizados indolores e colecionar conquistas memoráveis, são melhores formas de aprendizados do que a dor.

Empalideci, ao perceber que as vitórias não conquistadas eram grandes fontes de conhecimentos.

Estremeci, ao me deparar com quadros de dor e sofrimentos em telas pintadas à mão, por artista da própria vida, donos de sua própria vontade.

Relutei, para acreditar que os momentos de opressão da nossa própria vicissitude, eram na verdade batalhas de fortalecimento.

Tentei desviar os caminhos, reparar arestas, andar na contra-mão... A ideia sempre foi validar as fortunas do sucesso e não os aprendizados do insucesso.

Cansei, de nadar numa contra corrente pelo mar revolto da vida, porque na liberdade da tristeza é que vi grandes homens se fortificando.

Sou destemida, enfrento agora minhas amarras, mesmo que não saiba lhe dar com palavras de agonia e sofreguidão.

Encorajo - me a aceitar as dores como chegam até mim, porque no ínfimo das tristezas que chegam até o fim é que encontro o conhecimento verdadeiro da vida.

Vida leve,
Vida ancorada,
Brisa entregue,
Brisa amparada!

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Doce e Amargo

A vida doce e amarga, onde a gente insiste em ver o lado ruim, sempre julgando e do contra. Perdendo a oportunidade de ter gente de verdade por perto, gente querida, gente que ensina a gente a sorrir, que abraça pra chorar junto. Mas, a gente está aqui, insistindo em viver na insensatez, na solidão dos bons amigos, trancafiado em corações mal humorados e preconceituosos, deixando ir embora parcerias de felicidade.

O bom mesmo, é viver cercado de sorrisos, abraços e carinho. Ter em quem a gente pode confiar para dividir as confidências e as coisas ruins, ter gente pra brigar de preocupação. E, mais do que isso, ter gente pra doar amor, respeito e reciprocidade. Porque quando a gente cuida do outro, esta cuidando de si, está doando o que tem de bom no coração e na alma.

Nenhum dinheiro do mundo paga. Porque cuidar e se deixar ser cuidado de verdade, com carinho e atenção, não tem valor, tem sentimento, tem cumplicidade e tem afeto. E, em tempos que há muito "olho por olho, e dente por dente", sabe o que falta? Falta a capacidade de olhar o outro além do que ele aparenta, é ter a sensibilidade de não dizer nada e dizer tudo num abraço.

O mundo, meu amigo, está muito individualista, e se nós continuarmos deste jeito, acabaremos amargurados pelo nosso próprio ego!

Partida

Trilhei caminhos na areia, para que as ondas do mar pudessem apagar a solidão...

Desisti de viver lamentando meu pesar e minha sofreguidão, pela ausência da presença tua...

Caminhei emaranhada as versos de tuas poesias inebriantes de amor, para calçar meu coração despedaçado...

Desatinei os nós da gravata da dor, que calou nosso amor , separou nossos corações...

Esculpi as mazelas dos meus medos em estátuas de ternura, pra me dissipar da amargura que me causou sua partida...

Desvencilhei-me de fotos tuas pra livrar-me de teus sorrisos, que eram como martírios para minh'alma apaixonada...

Fugi dos encontros casuais,um tanto quanto sociais, que me lembravam a doçura da sua simpatia...

Acreditei, que negar era desapego...

Acreditei, que fugir era recomeço...

Acreditei, que me enganar era solução...

Percebi, que teu sorriso ainda está presente, que sua doçura nunca se fez ausente... teu cântigo de amor sempre permaneceu desbravador!

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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Injúria de Nós

Um vazio de ideias loucas que atormentam meu coração...

Você vinha andando sem rumo nem direção, mas preferiu virar na contra-mão...

Eu, sozinha e devastada, sem saber o que fazer, onde está você? Não acho em nenhum lugar, muito menos na TV...

Você jogou fora as marcas dos sorrisos que habitavam nossos rostos, pura imaturidade...

Eu tentei mascarar minhas desilusões com versos de amor, rabiscos à caneta de um sentimento desesperador...

Você ousou encontrar outro laço pra se prender, e cadê meu abraço que era tudo que você amava ter?

Eu desatinei os nós das injúrias de sofrimentos, e arranquei os traços de todos os sentimentos...

Mas, torno a calar meu coração pequeno e vazio, pois é teu nome que grito à noite no meu quarto escuro e sombrio!