Amar é se preencher de coisas inexplicáveis, e você não precisa necessariamente viver muitos amores por aí, se os que você vivenciou foram intensos, plausíveis e verdadeiros, pelo menor número que tenham sido... já valeu a pena. Porque é imergir no desconhecido, banhando-se dos infinitos sabores que a leveza do amar traz, há quem diga que o amor é doce, quem diga que é azedo, mas, o agridoce, o misto da acidez e da doçura é que fazem do amar essa delícia.
Nas, suas múltiplas formas, o amor se faz possível em todos os contextos, cabendo aos novos, aos mais experientes, sendo uma via de mão dupla, porque o que vale é o dividir, o aventurar-se, e não a unilateralidade; quem ama só, está só, e não experimentando o calor que enaltece o coração, daqueles que amam sem medida. Equivocado, eu diria, porque quando se ama só, ama-se a si mesmo, suas próprias virtudes, suas convicções, o ser humano que te tornastes, e aí, não é unilateral, é amor próprio.
Viajamos o mundo do amor, conhecendo-o desde o nosso nascimento, amor paternal, amor que consola, que dá a vida, que briga e que cuida; dizem eles, os pais, que é amor mais verdadeiro, mais puro e mais fiel, quem somos nós pobres filhos para questionar, afinal de contas: "Quando você for pai/mãe, vai entender o que estou falando!", ousam dizer aqueles que são nossos genitores. Com o passar dos anos, conhecemos o amor de irmandade, aqueles com os quais temos que aprender a dividir os quartos, os colos dos pais, mas, por quem daríamos a vida se fosse necessário.
Quando criamos nossa própria independência, deixamos de experimentar apenas os amores familiares, encontramos aliados pela vida, onde descobrimos o amor amigo, aquele amor que sorri e que chora com a gente, que pisa na bola, que puxa orelha, mas que é apoio, companhia e gargalhada num fim de tarde olhando o mar. E depois disso, você vai crescer e se aventurar, descobrindo o amor de amor, onde um coração desconhecido aparece pra completar o seu, seja nos pequenos gestos, no jeito parecido ou nas declarações de beijos apaixonados.
E quando menos se esperar, pai você vai se tornar, encontrando razão naquilo que os seus pais diziam, descobrirá o amor de filho, será capaz de amar grandiosamente um pequeno ser; querendo sempre cuidar e proteger, tentando apaziguar as afrontas desse mundo de cão. Porque esse serzinho será seu ponto de luz no meio de qualquer escuridão.
A partir daí, você se dará conta que crescer é se doar e amadurecer. Mas, acima de tudo, é experimentar fases do amor, decifrando cada um com seu próprio sabor, compreendendo que vida sempre fará mais sentido quando o seu coração estiver realmente preenchido do amor livre, verdadeiro e desmedido. Vai ser capaz de olhar para o Céu e agradecer, porque não precisará explicar e nem entender, apenas sentir quando o amor fala ao coração.