sábado, 25 de fevereiro de 2017

Quebra-Cabeça

Tentei ser a peça ideal, pra me encaixar nos seus contextos.
Nossa singularidade, impedia que nossas arestas se reparassem.
Seu jeito bruto de ser, não musicalizava meus versos de amor.
Meu jeito forte, era furacão sobre teu jeito rude.
Você se domava e eu me contentava, éramos um só.
Eu silenciei meu canto de liberdade pra dar tom as tuas notas sem vida.
Você silenciou seu orgulho pra se dobrar por um amor.
Mas, nós desafinamos a canção, e não encontramos mais o ritmo perfeito.
Eu gritei ao universo minha sede de independência, meu instinto voraz de mulher forte.
Você, você se aconchegou num colo onde os teus instintos cabiam.
Eu obedeci minha razão!
Você obedeceu convicções!
Eu vivo sorrindo e distribuindo minha luz.
Você  se apagou, infelizmente não mais reluz.
Eu solucei a dor do meu amor.
Você sorriu para outro amor.
Eu preenchi lacunas com coisas que vão ficar.
Você se preencheu com o prazer de outra amar.
Eu virei a página e escrevi um novo começo.
Você estagnou nas tuas próprias ilusões.
Eu sigo...
Você segue...
E o jogo da vida revelará, se algum dia a gente volta a se encaixar!

Eu lírico!

Eu, lírico de mim.
Que sopro vozes ao vento,
Que experimento doces e venenos,
Que venero dores e amores.

Eu, lírico de mim.
Que canto tons de solidão,
Que enxergo vazios na imensidão,
Que venero o cantar dos pássaros.

Eu, lírico de mim.
Que amei sem ser amado,
Que chorei por ter desgostado,
Que morri sem ter vivido.

Eu, lírico de mim.
Que busco rimas nos versos,
Que faço de mim erros,
Que cavalgo meio a tropeços.

Eu, lírico de mim.
Que afundei nas masmorras de amar,
Que senti o coração pulsar,
Que não consegui o amor calar.

Eu, lírico do mundo.
Que presenciei amores infortunos,
Que vi guerras latentes,
Que sorri com crianças contentes.

Eu, lírico de versos.
Que calei meu âmago com palavras,
Que sorri das histórias mal contadas,
Que sinto esperança nas entrelinhas.

ESCOLHER

Escolher, do verbo transitivo indireto ou bitransitivo, a escolha entre duas opções. Na maioria das vezes queremos escolher soluções básicas de sobrevivência, tendemos a ir numa diagonal sem causa nem efeito. Tudo porque nos ameaçamos constantemente com nossos próprios medos e inseguranças, e achar soluções pros nossos problemas parece ser uma estratégia muito pior do que dominar o mundo.

Sem espaços ou brechas, o tempo, senhor dos destinos, nos convida a decidirmos em qual lado vamos batalhar, se seremos mocinhos ou vilões, porque meio termo é coisa de gente indecisa. Daí, você escolhe os acertos, e se fere constantemente, escolhe os erros e é julgado sem nenhum direito de resposta, e fica nesse vácuo de indecisões que não cabem nas palmas de suas mãos e que escoam por entre os dedos como o sangue da misericórdia de quem não foi perdoado.

Buscando a imparcialidade sobre nossa própria vida, vendemos nossa alma aos que, aos nossos olhos, parecem ser os grandiosos homens vendedores de sonhos, onde mora o perigo, pois nem sempre a lei da oferta e da procura se estabelece de forma harmoniosa e podemos comprar gato por lebre. as vezes, por mais difícil que seja, acreditar em si e comprar apenas uma vírgula para continuar redigindo sua história é o melhor sinal de sensatez.

Nos abismos das nossas convicções mais inconvenientes e dos nossos devaneios mais sábios, as escolhas não programadas nos dão a honra de percebermos que nem sempre a vilania é cruel e a bondade é mãe de todos os santos, porque você passa a perceber que o meio termo não é fonte de indecisão nem de hipocrisia, mas sim o reflexo da alma de quem vive e é enclausurada repetitivamente por medo dos julgamentos.

Eles, todos eles, carregavam nos olho os sonhos de crianças, mas eram afundados pelas incredulidades de adultos temerosos que não sabiam se lutavam por seus ideais ou sucumbiam junto de seus medos, porque desistir parecia muito mais fácil que tentar. Mas, se você carrega consigo seu sonho de criança, lute! Olhe nos olhos da vida e enfrente-a com a coragem de uma criança e sem o medo tempestuoso do adulto que te tornaste, porque a vitória nas batalhas só chegam se nos permitirmos ser pilares das nossas vontades!

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terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Imensidão de Nós

Você ouve zunidos e é a vida batendo na sua porta... IMPACIENTEMENTE. Ela não espera que você abra com um sorriso, convide-a a sentar-se e nem que ofereça-lhe um café, porque ela tem pressa, sede de soluções. Tudo o que você pode fazer é se recolher no canto do seu quarto, ou se enfiar debaixo dos lençóis, e tremer de medo ou soluçar o choro do seu pranto.

Tudo isso, porque a vida escolheu te arrastar como uma multidão que passa ensandecida num bloco de carnaval, e não te dá, sequer, o direito de reclamar. E você vai afundando, sofrendo, lamentando... tentando sobreviver à esse naufrágio, e com poucas doses de esperança como fonte de antídoto. As vezes, sucumbir, parece mais fácil que lutar por ideais de convicção e honra.

Mas, meu amor, a vida não se fez assim para atordoar qualquer mente que não fosse brilhante o suficiente para gladiar com ela, e contrabalancear os gritos de afronta que ela ousa lançar sobre nós. O melhor que temos a fazer é gritar "Não estou sucumbindo!", e permitir que isso ecoe nas masmorras de nós mesmos, saudosas mentes apocalípticas que vivem meio ao caos.

Por mais que seu desejo seja de afundar, e perder todos os seus sentidos, boiar é uma técnica infalível quando não se sabe nadar contra a corrente. E se você acha que não pode dar conta do naufrágio, lembre-se... muitas das vezes, você é a própria tempestade no oceano. Então, escolha gritar, acender os sinalizadores e permitir que os salva-vidas cheguem até você.

No fundo, nenhuma palavra dita supera o colo quente e carinhoso de uma mãe; nenhum abraço é melhor do que o aconchego do nosso lar; nenhum gesto é mais vibrante que o olhar afável dos avós e jamais alguém explicará o real sentido dos nossos desesperos quando se quer apenas continuar respirando. Mas, você é extremamente capaz, porque fez de um só corpo um batalhão de audácia e coragem, e se permite chorar, apenas, pra ter certeza de que não sucumbiu em meio ao caos!

Continue respirando... Grite... Gladie com a Vida!


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sábado, 18 de fevereiro de 2017

Perguntas e Respostas

Espero sua resposta

Adeus ao dia,
Adeus a mim.
Eu estou em algum lugar, e nem sei qual
Mas não, eu não, não quero saber.
Eu continuo acenando para os ônibus, e eles passam vazios por mim me deixando lá.
Quando tudo estiver solitário, eu posso ser o meu próprio amor.
Eu sei que você tem um coração pesado, eu posso sentir quando fecho os olhos.
E o que na noite não é fácil, na manhã se torna insuportável.
E se você prometer ficar bem eu lhe digo o mesmo.
E eu não tenho certeza de qual foi o problema que começou tudo isso,
Todas as razões fugiram, mas o sentimento não
Não é algo que eu recomendo, mas é uma maneira de viver consigo mesmo.
Se você for embora, eu vou embora
Primeiro me diga que estrada você pegará
Eu não quero arriscar nossos caminhos se cruzando algum dia, não de novo, não, eu não vou.
Eu continuo bebendo a tinta da minha caneta
E eu estou equilibrando nossa história em minha mente
Colocando toda dor ao papel
E nas algemas das palavras eu me tranquei.
E tudo que sai é você
Se me liberto ou não, me diga pois não quero te encontrar novamente, não, não de novo, não.
                         (Beatriz Braga)

Resposta

Não dê Adeus, quem sabe um até breve?
Eu tentei parar em todos os pontos para os quais você acenava, mas sempre pareceu que foi em vão...
Eu sucumbi, com medo de mim, de ti e de nós...
Parece que nós é um contexto desarmonioso para mim e você, porque o defeito pode estar em mim, que não decifro suas entrelinhas...
Meu jeito inseguro de ser, me faz perder - te como água que escoa pelas mãos...
Mas, tu não deixarás de ser o eco do meu próprio som, do meu soneto de amor!
Eu sigo bebendo o fel do meu próprio medo e experimentando o amargor das minhas frustrações...
Mas, não posso te encontrar, nem sonhar que nossos caminhos se cruzem...
Não, não de novo... porque sei que vou afundar!
                  (Adriani Carneiro)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Prova de Amor

Concentrada em seu canto preferido da casa, Catarina, aproveitava a fartura da colheita de algodão e fazia centenas de casacos para as crianças do orfanato, e isso, lhe fazia muito bem. Cada nó, casa passada de linha, significava mais um corpo coberto de frio, e aquela mulher conhecia bem o frio dos sentimentos e o vazio da alma, pois seu amado não estava mais ali.

Entregava-se à emoção, porque tudo aquilo representava lembranças, mesmo que Eduardo não estivesse ali para dividi-las. E, ela, usava isso como sua válvula de escape, para amansar seu coração que gritava em desespero. Todas as colheitas, depois da partida de Eduardo, passaram a não ser as mesmas, porque o lugar ao pé da mesa, sempre, permanecia vazio; o que fazia com que a alegria daqueles almoços recheados de gratidão, tivessem, agora, uma ponta de saudade.

Mas, Catarina albergava em seu ventre o seu "pacote de amor", como gostava de se referir à Giovana, porque sabia que nela encontraria algo que sempre lembraria seu amor, e que agora crescia em forma de um pequeno ser. Por isso, nos momentos em que costurava, gostava de deixar as roupas sobrecaírem na barriga e sempre cantarolava que: "Os pássaros haveriam de voltar... E que, Eduardo, havia se tornado a luz dela e da pequena Giovana!".

A alegria se estabelecia, quando entregava as roupas para as crianças, que com todo carinho fazia. Em toda sua delicadeza, Catarina, era capaz de preparar uma roupa com a marca de cada um dos seus "filhos de coração", o que mostrava a tamanha generosidade que possuía.

Em seu coração só permanecia uma certeza, a de que seu amor sempre estaria por perto, como forma de mantê-la acarinhada e forte para se dedicar aos seus "filhos de coração", e, também, a certeza de que o seu amor não a havia deixado, porque Eduardo deixara plantado em seu ventre a mais intensa PROVA DE AMOR.

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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Cercados de Sorrisos

Sorrisos soltos que se comunicavam mais do que mil palavras ditas. Os olhos entreolhavam-se e deixavam uma felicidade, que estava marcada nas vicissitudes dos momentos bons.

Aquele era um dia incomum de alegria e esperança, porque brotavam no ar certezas de dias melhores e de momentos compreendidos, porque o que lhes valia era o amor.

Com os corpos colados, acarinhados num toque de mãos, se permitiam amar mais intimamente do que qualquer "quatro paredes", porque somente eles sabiam o que estava sendo vivido.

Tornaram a cavalgar nas emoções advindas de seus corações, e a sorrir pra vida, pois seus pés estavam fincados no solo do amor e na bondade da vida, onde não cabiam momentos ruins ou preocupações.

A vida lhes parecia sobressaltada perante as boas coisas, mas não gostavam de pensar que num piscar de olhos tudo pudesse vir a desmoronar... e assim, brindavam o que realmente valia à pena.

Queriam pernoitar ou perdurar nas fantasias do amor, porque realmente era válido ser feliz e amar, realmente era preciosos cada instante de ternura e realmente contavam os pequenos gestos e atitudes.

O conceito de felicidade nunca coube aos dois, porque viviam algo maior do que aquilo, numa constante sintonia e num mar em que suas personalidades se completavam, e isso, nada era capaz de rotular.

Findaram aquele dia sentados, entrelaçados e aconchegados no amor um do outro, vangloriando o que lhes era por direito, o AMOR. Porque nada trocaria o que havia de ser, e nem desmentiria o que era perceptível através daqueles olhares e sorrisos.

Eles eram um só, e isso, nada nem ninguém mudaria, porque, por mais que soubessem que a vida acabaria, o amor deles não se findaria com o fim da VIDA.

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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Encontro de Almas

Numa conexão de sentimentos e sorriso, Eduardo e Catarina se permitiram um beijo longo e intenso, navegaram na vertigem do que lhes causava desejo, e arrepiava-lhes a alma. Eram um só, sem vírgulas ou curvas, eram como uma linha reta que seguia na direção do sonho de amar.

Não sabiam exatamente o por quê, de tudo aquilo ser tão bom e atormentador ao mesmo tempo, mas a sensação do proibido era o que lhes dava mais coragem para se afundarem-se nas suas devassidões. Ele era completamente apaixonada pelo sorriso que ela sempre carregava repleto de mistérios e confusões, e o olhar de observação que só Catarina tinha para as coisas que aconteciam diante de tudo que viviam, era instigante demais pra ele.

Já Catarina, amava o tom do toque delicado que ele tinha, mas o que a deixava intrigada eram as inúmeras formas de reação que ele tinha, Eduardo tinha uma capacidade de ser duro com coisas banais, e leve com coisas que exigiam dureza; pra ele sempre havia uma saída, e nada nunca estava tão perdido... que não houvesse um jeito de melhorar.

Jeitos singulares que de alguma forma se completavam, e se somaram com aquele beijo na imensidão nua que só a floresta tinha, agora o segredo marcada daqueles amantes da vida e das descomplicações era guardado pela revoada dos pássaros e pelos sons das cores que todas as árvores faziam brotar na calada do amor de ambos.

Os pés descalços tocavam a água cristalina e faziam um movimento de vai e vem, os olhos se entreolhavam buscando as certezas e convicções pro que o coração gritava, mas não era capaz de expressar e num instante de descuidado, pegavam-se embaraçados no peito um do outro... recolhendo-se da dor da vida e sendo consolados pelo carinho aquecedor que só aqueles abraços permitiam.

Num misto de vontade, proibição, angústia e certeza, se permitiram deliciar pelo ser mais profundo que o outro tinha, e conheceram a porção mais íntima que cada um podia doar ou mostrar de si, e perceberam que aquilo estava não só ligado à desejo, ou amor... mas, a LEALDADE. E suas almas eram leais a eles, ao outro e a ambos, porque simplesmente... ERAM.

Conjugaram-se na inebriante e viril aventura de amar um ao outro, sem arestas a reparar... somente com sonhos a serem completados. E prometeram-se que se aquilo não fosse pra durar eternamente, que permanecesse o amor que um dia existiu, prometeram-se apenas a amar e a cuidar enquanto ambos pudessem o fazer, sem cobranças, medos ou obrigações, porque o que valia era o sentimento de segurança que um dava ao outro!

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sábado, 4 de fevereiro de 2017

Arco Íris

A imensidão das nossas vidas, nos afunda num vale de dor e sofrimento, e como é difícil lhe dar com tudo isso. Fomos lapidados de amor e ternura, e no menor sinal de tempestade, nos colocamos numa bolha, como forma de escudo.

A vida tá passando lá fora e você tá aí dentro, amedrontado, arredio... e sem saber o que fazer. Perdeu o brilho nos olhos, não se acha merecedor da felicidade, que por vezes bate à sua porta, porque assumiu pra si o direito da solidão. O seu instinto voraz de batalhar contra as agressões que, os homens nus de decência, fizeram contra você, o seu instinto de não querer vibrar vitórias que talvez não sejam tuas, está latente a cada instante.

Ei, meu camarada, a vida tá aqui dando a cara a tapa, porque a gente aprende com ela e ela conosco. Nós somos inconsequentes, porque a adrenalina é essencial pra vida, e viver é a droga alucinógena mais intoxicante que existe. A gente quer parar de respirar, cometendo insanidades contra nós mesmo. E será que vale a pena? Você ta aí, sem saber se estaciona ou se tenta outra vez... não pare! TENTE!

Ninguém vai saber a cor da sua alma, se você não se permitir o falar...
Ninguém vai saber a cor do seu som, se você não se permitir as gargalhadas...
Ninguém vai saber a cor do seu toque, se você não se permitir ser abraçado...
Ninguém vai saber a cor da sua sensibilidade, se você não permitir gestos...
Ninguém vai saber a cor da sua felicidade, se você não se permitir sorrisos...
Ninguém vai saber a cor do seu amor, se você não abrir o seu coração!

Não cala a tua voz, e não se esconda num quarto escuro, porque o medo é a pior arma contra nós mesmos. O mundo, infelizmente, não vai parar para que tudo  se reencaixe e você continue vivendo, porque é preciso aprender a lidar com as frustrações. Mas, sabe o que é o mais importante? É que a gente cresce na dor, é que a gente fica mais forte, é que a gente se permite o dobro do que se permitia antes, porque aprendemos o nosso real valor.

Então, meu amigo, se você se fechou aí dentro, não tenha medo de destrancar as tuas portas e se abrir, de se reinventar e reconstruir ou começar uma nova página, porque você realmente é importante, porque tem o seu valor e a sua essência peculiar é o que te faz VIBRANTE!

E lembra que depois da tempestade... sempre tem um arco íris pra alegrar o céu!


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