Olhares

Os olhos são os espelhos de nossas almas, e há quem diga que o cartão postal de nossa personalidade ou do nosso "status" de felicidade, sejam os sorrisos que ousamos dar por aí. Sorriso, que nem sempre são sinceros.

E o olhar? Ah, o olhar... ele não nega nosso coração dilacerado ou inundado de amor. Ele é tão sincero quanto uma criança de pouca idade que não mede palavras, o olhar, por si só é genuíno e verdadeiro, não fica medindo sensações, nem buscando meias palavras que formem frases de "efeito feliz" para mentir uma ilusão de boa vida.

No mais, o olhar é a legenda que não explica a profundidade do enxergar. Pode acalmar e trazer paz, pode mostrar reprovação e, mais, pode ser tão voraz quanto o apetite de um leão. A única dificuldade do olhar... você tem que saber decifrá - lo, como um enigma em papéis marcados de o "Código da Vinci".

E, ao menor sinal de sabedoria, sempre somos pegos por olhares que nos decifram e compreendem profundamente ou ainda por olhares que encontram os nossos e parecem ser tão conhecidos quanto nossos amigos de infância. Esses olhares e tantos outros podem ser, na verdade, extensões de histórias nossas que nós mesmos não conhecemos.

A Carta

Uma carta...
Lembranças ou desculpas num rabisco de papel...
Certezas...
Convicções...
Perdão pedido de coração...
O vento leva o pedaço de papel rabiscado com conjuras de amor e verdade...
O coração esmorece pela perda sofrida...
As palavras desenhadas à caneta já fazem falta pela sua partida...
Mas, o coração aperta e relembra algo mais importante...
Cada sentimento digitado à mão naquele pequeno pedaço branco de papel ficará marcado como impressões digitais na alma!

Pequenas Coisas

Talvez, um dia, a maioria de nós se dê conta de que o real sentido da felicidade esteve, está e sempre estará nos pequenos gestos. Não que a imensidão de grandes conquistas não tenha seus importantes significados e valores, mas sabe o que é? A gente se acostumou a acreditar que tudo que é grandioso é o que traz o real sentido da felicidade, e nem sempre é assim.

É que a simplicidade de ver o vôo de uma colorida e suave borboleta traz tanta paz e leveza para a alma, quanto gastar montantes de dinheiros numa tarde no shopping. E que a simplicidade de ter a casa recheada de amigos bons e fiéis, traz tanta alegria quanto uma festa badalada. E se você gostar de imensidões, não há qualquer problema nisso, porque o simples e o belo cabem a qualquer um.

A vida anda passando por nós, meio sem sentido, é nós andamos vagando num mar de desilusões. Estamos perdendo o real sentido de viver? Não! Estamos vivendo do jeito errado! É que as facilidades e imediatismos são muito mais cômodos, mas olhar nos olhos do outro e enxergar a alma que habita aquele corpo ainda vai continuar sendo o nosso melhor meio de comunicação. Porque olhar e ver é básico, mas enxergar almas que nem sempre nos dão sorrisos sinceros, nos torna seres mais especiais do que já somos.

Então, meu amigo, se você anda perdido por aí, achando que tudo está meio sentido, é que talvez você seja um dos poetas de alma sorridente e feliz que vaga entre nós. Um amante da simplicidade que acredita que o amor é uma arma poderosa e não um sentimento banal. E, mais, acredita que a única guerra que deveria existir nessa casa terrena que chamamos de planeta, deveria ser a de travesseiros que sempre acaba com gargalhadas e olhos marejados de alegria, porque sempre traz consigo a maestria de transbordar amor!

Amores do Mundo

De todos os amores do mundo, escolhi viver alguns bocados.

De todos os amores do mundo, escolhi o de viver... porque quando se trata de amor, podemos exagerar na dose, na doação, nas experiências e na vontade de vivê-los.

De todos os amores do mundo, escolhi o de filha... que ouve bronca, ganha colo e tem amor incansável sempre a espera.

De todos os amores do mundo, escolhi o de amiga... que cativa, aconselha e sempre tem um ombro.

De todos os amores do mundo, escolhi o de mulher... que se entrega, se delícia e é amada.

De todos os amores do mundo, escolhi o de mãe... que se preocupa, protege e faz do colo uma casa aconchegante.

De todos os amores do mundo, escolhi o do perdão... que liberta as amarras das angústias abrindo espaços para a felicidade.

De todos os amores do mundo, escolhi o da fé... que move montanhas.

De todos os amores do mundo, escolhi o ser humano... que mesmo contraditório, avesso e errante, tem exemplares deslumbrantes espalhados pela humanidade.

De todos os amores do mundo, escolhi ser amor... porque amar faz bem.