domingo, 19 de novembro de 2017

Vida de Valor

Agora, me vejo aqui, deita sobre meia dúzia de travesseiros, com meia dúzia de olheiras e uma dor que tá sangrando no fundo da alma. É inexplicável o que está se passando aqui dentro, impotência é a palavra que melhor me define, sem tirar nem por, porque meu corpo grande, intimidador, agora está contraído sobre os lençóis... dilacerado num choro profundo.
Você que esteve por um fio, se reergueu e nos encheu de esperança. Apontou seu sorriso pra vida, com ar de vitoriosa, e não foi o suficiente. A maestria da morte, de uma forma quase que inconsequente, burlou nossas reinvindicações, e tirou de nós suas soluções inundadas de amor e bondade.
O mais duro, de lhe dar com toda essa realidade, é acreditar que você não mais estará por aqui, nem mesmo "por um fio". E, a partir de agora, restará nos nossos corações um pequeno vazio, da saudade de sua partida. Só pedimos, como que uma súplica, incessantemente repetida, que nem ouse parar de brilhar aí por cima, porque estaremos preenchidos com o teu amor, mesmo que à distância.
E como quem reza, num pranto de desespero, confessei às ondas do mar todo meu apego,  por uma amiga que agora mora longe de mim, mas não longe do meu coração. Além de chorar toda a minha sofreguidão, disse ao mar que o mais difícil nisso tudo é que os amigos são aqueles que escolhemos ter por perto, e quando um deles parte por motivos incertos, a única coisa que podemos implorar é que cuidem de nós com amor no olhar.

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