A floresta escura revelava seus piores pesadelos, era fria... amedrontadora. A pequena criança andava só, sem rumo, entristecida pelo abandono daqueles que a puseram no mundo, algumas pessoal era realmente cruéis, acima de qualquer limite. Vagava meio à mata escura, sem destino, procurando por qualquer figura que se assemelhasse aqueles que a largaram ali, solitária.
No meio de uma noite chuvosa e gelada, uma distinta mulher ouvi seus gritos agudos de medo, o lampião na mão a guiou até um lago, tomado pela turgidez da chuva, onde num canto repleto de pedras, avistou a pequena criatura de uns quatro anos de idade. Como poderia, alguém daquele pequeno tamanho, estar ali... desamparada? Não mediu esforços, agarrou a garotinha em seu colo, envolvendo - a com sua manta, e seguiu rumo à casa no meio da floresta.
O passar da noite, apesar de tumultuado... seguiu tranquilo, aninhada a cobertas quentes, a pequena criança se sentia aconchegada, cuidada e amada. Na manhã seguinte, a pequena menina acordou com grandes olhos azuis a observando, como que se buscassem saber se "estava tudo bem". Soltou um leve sorriso e disse um "Obrigada, Tia".
A partir daí, a mulher forte e misteriosa da floresta, iniciou sua busca por casais que pudessem ter perdido um filha, uma pequena e delicada menininha de olhos cor de mel. Pensava que brevemente alguém apareceria, e dali levaria o pequeno ser... não aconteceu. E assim, longos meses se passaram, e a afinidade delas cresceu, onde brotou cumplicidade, solidariedade e muito amor.
Anos passaram, e a velha Helga sabia, que a sua eterna garotinha era o melhor presente que a vida tinha lhe dado. E, agradecia por ninguém nunca ter a procurado, na velha cabana da floresta. O amor era vidente nos olhares, o cuidado de quem sabia compartilhar, ser e agradecer, e que jamais seria capaz de dizer, o quanto o resgate da noite chuvosa tinha valido a pena.
E você aí, relutante... buscando viver acanhado e sozinho, num quarto triste e vazio, sem se permitir ser amado. Não tenhas medo e doar seu coração, porque muita das vezes é no nosso momento de solidão, que uma alma bondosa nos regata pra vida e, com um amor sem medidas, faz de vossos corações nossa morada escondida da floresta.
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