sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Prova de Amor

Concentrada em seu canto preferido da casa, Catarina, aproveitava a fartura da colheita de algodão e fazia centenas de casacos para as crianças do orfanato, e isso, lhe fazia muito bem. Cada nó, casa passada de linha, significava mais um corpo coberto de frio, e aquela mulher conhecia bem o frio dos sentimentos e o vazio da alma, pois seu amado não estava mais ali.

Entregava-se à emoção, porque tudo aquilo representava lembranças, mesmo que Eduardo não estivesse ali para dividi-las. E, ela, usava isso como sua válvula de escape, para amansar seu coração que gritava em desespero. Todas as colheitas, depois da partida de Eduardo, passaram a não ser as mesmas, porque o lugar ao pé da mesa, sempre, permanecia vazio; o que fazia com que a alegria daqueles almoços recheados de gratidão, tivessem, agora, uma ponta de saudade.

Mas, Catarina albergava em seu ventre o seu "pacote de amor", como gostava de se referir à Giovana, porque sabia que nela encontraria algo que sempre lembraria seu amor, e que agora crescia em forma de um pequeno ser. Por isso, nos momentos em que costurava, gostava de deixar as roupas sobrecaírem na barriga e sempre cantarolava que: "Os pássaros haveriam de voltar... E que, Eduardo, havia se tornado a luz dela e da pequena Giovana!".

A alegria se estabelecia, quando entregava as roupas para as crianças, que com todo carinho fazia. Em toda sua delicadeza, Catarina, era capaz de preparar uma roupa com a marca de cada um dos seus "filhos de coração", o que mostrava a tamanha generosidade que possuía.

Em seu coração só permanecia uma certeza, a de que seu amor sempre estaria por perto, como forma de mantê-la acarinhada e forte para se dedicar aos seus "filhos de coração", e, também, a certeza de que o seu amor não a havia deixado, porque Eduardo deixara plantado em seu ventre a mais intensa PROVA DE AMOR.

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