Trancafiada dentro de mim, insisto em procurar incessantemente onde errei, o que deixei por fazer ou o que não foi bom o suficiente? Tento lançar sobre mim mesma o julgamento atordoador da culpa, sem direito de defesa, nem de recorrer da minha auto-sentença.
A solidão é minha maior aliada, agora, porque só ela entende esse martírio da dor, da insuportável dor que é perder você. Sim, perder! Porque você continua indo embora, dias após dia, uma lembrança, um momento, um beijo por vez. E, tento me redimir, buscando teu abraço fraterno, teu carinho amigável... teu sorriso encantador. Mas, dentro das minhas tentativas de reconciliação comigo mesma, vacilo, porque sou anjo caído, pecador do amor.
Imaginei mil formas de não te deixar partir, de não cortar nosso "cordão umbilical", mas tudo que me conecta a você é, sempre foi... em vão. Porque no final das contas, quem não compreende as coisas por aqui é você. Então, permito-te que vás embora, só assim acalento minha alma, e mesmo querendo gritar que sempre serei tua, de alguma forma, por algum momento de entrega eloquente... reafirmo meu amor próprio.
Refaço meus planos, reencaixo minhas prioridades, reorganizo minhas emoções; isso me traz a vitalidade de volta, porque você fez questão de deixar tudo meio bagunçado aqui dentro. Redentora de mim, me compreendo apaixonada, mas não me permito mais o desmerecimento, pois em fim percebo que sou dona das minhas próprias entrelinhas.
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